30 de janeiro de 2010

Um corpo num simulacro de vida








Reparei em algo extremamente perturbador. Algo que me chocou imenso. As pessoas à minha volta parece que só possuem fome de atenção. Atenção essa que tentam que me devore. É como se o meu corpo estivesse completamente cravado de sanguessugas que me sugam o que resta de mim. Cada passo meu é controlado de forma doentia, como se eu não tivesse uma vida própria. Os meus passos são olhados com mera reprovação e sou condenada sem me pedirem opinião. Como se eu fosse alguma boneca de trapos com cordões emaranhados e assim tentassem decidir o meu percurso. O meu percurso. Ridículo. Desumano. Triste. Quero libertar-me de tais correntes, mas tal libertação parece provocar dor e sofrimento naqueles que me sugam o que ainda tenho de bom. Para tal, preciso de uma ruptura drástica, violenta, amarga e impiedosa. Preciso de ser Eu própria. Aquele Ser individualista. Sou vista como uma traidora pela mente daqueles que não me entendem nem que se deram ao trabalho de me entender. Talvez isso tenha acontecido, pois estão demasiado ofuscados com as suas vidas fantasiosas e de plástico. Meros remendos de trapos entrelaçados de efígies distorcidas. Sonhos frágeis destruídos. Hipocrisias e falsidades no seu auge. Isso… sejam felizes assim. Um dia, o fim chegará, e aí nem se aperceberão.


Texto: Catarina Santos
Foto: Desconheço a origem da mesma

6 comentários:

Genzo disse...

Soube antes, desde o primeiro momento. Quando confundiste a minha atenção com outros sentimentos já eu o sabia, eras diferente de tudo quanto conhecia, mas não are apenas isso, era mais, muito mais, sugava as tuas palavras como sendo as mais sábias, acompanhava cada pedaço que me permitias e sentia-me honrado por tal, estavas presente e cada vez mais, até nas mais pequenas coisas. Tudo quanto me dizias, explicavas, ensinavas, recolhi cada momento e fundi-os comigo, estão entranhados em cada partícula de mim. No passado já tinham existido obstáculos, senti-os na pele tal como tu e ambos vimos fortalecerem-se os laços que nos uniam. O presente foi um turbilhão de emoções e sentimentos. Foi sofrer feridas que permanecem e nas quais está sempre alguém a querer pressioná-las. Mas nem isso me faz duvidar, nem tive de cair a pique na realidade do presente para sabe-lo, sinto-o desde sempre. E encontro felicidade nos pormenores que continuam puros, intocáveis, tão pequenos que muitas pessoas nem os vêm, mas eu sim e adoro. Coisas simples. Como ao veres aquela foto pensares instantaneamente em que agora não há c......s, saberes perfeitamente como sinto falta disso e como me é estranho. Ou simplesmente saber que não vais usar os ursinhos x) acha-os fofos demais para os usares, saber que são "a tua cara", combinam contigo. Ou entrar naquela livraria cheia de livros antigos, prateleiras e mais prateleiras e saber o quanto ias gostar de lá estar. Pequenas coisas, simples, pormenores, sempre o soube, sempre o senti e não me arrependo de ter ousado entrar nesse teu mundo.

Emanuel Drago disse...

Fome de atenção... Cativaste-me com este teu devaneio em tom de desabafo! Interessante a forma em como me envolveste nas tuas descrições, chegando ao ponto de me fazeres sentir culpado!
Continua!

Tenho poemas novos no meu blogue, se puderes passa lá e deixa o comentário! =)

Elisa disse...

Parece que te encontro, mero acaso, por aqui

leio os teus textos fantásticos e agrada-me este 'reencontro'

...IZA...

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Andreia disse...

olá :) desculpa a invasão, mas gostei bastante do teu blog, em especial este post.Gosto muito da maneira como escreves!beijinho* e mais uma vez desculpa a invasão :P

Elisa disse...

i_am_so_tired no fotolog é capaz de te dizer qualquer coisa...

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Elisa disse...

encontrei-te por puro acaso...andava a navegar por aí e encontrei o teu blog e lembrei-me do teu fotolog

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